O que por norma é um espaço dedicado ao futebol de 11, dedico umas palavras mais que merecidas ao futsal português.
Numa situação de crise como a que hoje vivemos, sofremos um défice de orgulho nacional numa nação de Descobridores.
Um país de tristes fados mas de enorme espírito. Não somos um país de desportistas, não somos um país de Desporto Escolar, não somos um país que invista na qualidade de vida através da prática desportiva. Nisso falhamos a toda a linha. Como em muitas outras coisas.
E portanto quando uma qualquer modalidade se destaca, eu vibro como o que mais sente. E o futsal desde há largos anos que tem dado motivos para vibrar e orgulhar. Quanto mais não seja porque é das poucas modalidades para além do futebol de relva, acredito mesmo que seja a única, em que nos destacamos por ter o melhor jogador do mundo na pele do Ricardinho. Mas não só. Porque o futsal não é só Ricardinho.
Quem tem visto este recente Mundial de Futsal na Tailândia percebe o enorme espírito colectivo e o crescimento desta Seleção. E esta vontade de superação tem como maior exemplo o mais recente Guarda-Redes titular de Portugal, André Sousa. Confesso desde logo os laços de amizade que me unem ao “keeper” nacional, que pode ser perceptível nas minhas palavras, por isso faço logo esse esclarecimento. Tentarei apenas que isso não seja um obstáculo de uma análise puramente desportiva.
O André é neste momento o melhor Guarda Redes de Futsal português. Simples. O espírito de luta deste jogador é admirável, sempre em processo de crescimento sustentado, nunca dando um passo maior que a perna e que colhe agora os frutos. Admito a minha pena que a aposta no jovem guardião apenas tenha surgido com a expulsão do titular de sempre. Mas de louvar a resposta dada pelo jogador que correspondeu e superou as expectativas.
Por ter acompanhado de perto, sei os pequenos passos dados pelo André nesta evolução e são, de facto, admiráveis. Passos que o levam neste momento a viver uma aventura nos Açores à procura de minutos em detrimento do conforto. Um jogador que querendo já estaria no Benfica ou Sporting correndo o risco de ser segundo mas escolheu a via menos fácil para poder lutar por uma oportunidade que por fim surgiu.
E escrevo hoje que Portugal perdeu mais uma vez com a Itália nos Quartos de Final do Mundial.
14 de novembro de 2012
Somos potência mundial no Futsal, até na baliza
Depois de estar a ganhar por 3 ao intervalo. Mas há coisas mais importantes. Para além de Ricardinho, o André foi para mim o melhor jogador desta Seleção e um exemplo de competitividade para todos os outros. Porque agarrou com unhas e dentes a oportunidade que se lhe deparou.
Outros deveriam olhar para este exemplo e trabalhar mais para que, em conjunto, possamos conquistar um título que a qualidade destes jogadores justifica. No final do jogo e na flash interview, um jogador italiano ainda comovido com a reviravolta e vitória contra Portugal exprimia que “estes jogos são os jogos de uma carreira de um jogador”. Se isso é verdade, só temos a aprender desta derrota.
E irmos até ao fim na próxima competição. E lá, tenho a certeza sobre quem estará a defender a baliza da Seleção Nacional. Finalmente
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